quarta-feira, 4 de maio de 2011

Melisseiras mundo afora

Quem nunca ouviu falar de Melissa? Lançada em 1979, a marca é a menina dos olhos da maior empresa de calçados do Brasil, a Grendene. A Aranha, primeiro modelo a ser lançado, foi inspirada nas sandálias Fisherman (usadas pelos pescadores da Riviera Francesa) e logo virou febre entre a mulherada do país. Durante os anos 80, era difícil encontrar uma mulher ou menina que não tivesse pelo menos um par de Melissa – ou Melissinha – no armário. Depois de uns anos fora do mercado, a marca retornou em 1994 e, através de uma estratégia de marketing super bem construída e pela vanguarda no uso do plástico, alcançou o Olimpo da moda. Mas eu não estou aqui para falar da Melissa – e sim das Melisseiras.

Melisseira é o termo usado para definir as consumidoras dessas sandálias. Mais do que simples compradoras, elas são fãs de carteirinha. Muitas tem uma relação afetiva com a sandália, outras incorporaram o espírito da marca ao seu lifestyle – ou ambos. Mas como uma marca é capaz de despertar tanta paixão? A resposta não é tão simples assim, mas tem a ver com a trajetória da Melissa. Muitas Melisseiras cresceram usando a Melissinha – que já foi a Sandália da Abelhinha. Esse foi o acessório fashion de muuuita gente nos anos 80. Na década seguinte, essas meninas estavam na adolescência e, claro, buscavam algo pra expressar sua identidade. E a Melissa não decepcionava, ficava cada vez mais e mais fashion. Invadia festas, ambiente de trabalho, além de ir fincando bandeira em outros países.

O resultado dessa paixão pipoca pela internet. Listas de discussão, presença forte nas redes sociais, blogs... tem muitos blogs dedicados à Melissa, feitos por Melisseiras. O bacana é que essas manifestações são espontâneas. São meninas (e alguns meninos) que, de coração, dedicam seu tempo a compartilhar suas histórias, testar os novos modelos, dar dicas sobre conservação e customização, montar looks (bacanérrimos, por sinal) com a sandália, citar celebs que usam e, claro, reclamar também! Afinal, consumidor é consumidor.

Se você percebeu que tem Melissa demais no seu armário, ou tá pensando seriamente em assumir esse estilo como o seu, o Fashion Daydreams fez o dever de casa e te dá umas dicas de bons sites de Melisseiras:

No ar há 2 anos, o blog da Tamy tem, além das ótimas montações que ela cria, informações de moda, tendências e lifestyle. Vira-e-mexe ela faz umas promoções bacanas também. As leitoras também tem seu espaço – e eu adoro os looks temáticos!


Feito pela fofa da Taiane Leite,  que diz não saber ao certo quantas Melissas moram no seu armário. Ela fala sobre moda, beleza e estilo, além de fotos de seus looks e de outras garotas estilosas. Tem também posts sobre tecnologia e lifestyle. Ah, e tem aquelas dicas preciosas de como conservar a Melissa (e o seu pé).


A Sandra mora nos EUA, e decidiu fazer um blog pra reunir as apaixonadas por Melissa desse mundão de Deus. Ela também divulga notícias publicadas no exterior, dicas sobre customização e conservação, notícias de moda, fala sobre sua experiência – como compradora e como usuária -, além de manter um ranking das melisseiras de acordo com o país. 


Esse blog não é atualizado faz um mês. Uma pena! Porque as “análises” que a Adri faz são muito boas; ela não tem dó de descer a lenha em um modelo quando a Melissa erra a mão. Ela se define “louca em tratamento” pela marca há uns cinco anos. Dá pra perceber que ela é uma dessas viciadas que compra por impulso e depois arrepende. Também reprova os modelos que machucam ou saem do pé.  Por isso mesmo ela criou uma seção de vendas e trocas, pra poder otimizar a sua coleção -  e a de outras garotas por aí. 


Provavelmente o mais conhecido dos blogs de Melisseiras. Dá-lhe Charline! Além dos looks, tem promoções, novidades, página de downloads, notícias de moda e ainda esclarece dúvidas de leitores. Mas o mais bacana do blog com certeza são as histórias das leitoras – com direito às coleções mais lindas possíveis - e as dicas de customização. Tem também a seção “Vou Casar”, em que nossa intrépida blogueira divide os detalhes sobre os preparativos de seu próprio casório. Imperdível!


E, praqueles que ficaram curiosos pra saber se eu uso Melissa ou não, a resposta é: sim! Dos 40 pares de calçados que eu tenho, três são Converse, dois são Havaianas, um é tênis de academia e TODOS OS OUTROS SÃO MELISSA. Meu modelo mais velho já tem 15 aninhos (isso porque eu já joguei um monte de sandálias fora); faço fotos usando minhas Melissas desde 2002 (mas não costumo divulgar); já fui perseguida na rua por uma turista espanhola ensandecida, numa época em que as Melissas não eram trend no exterior; e sim, uso em todas as ocasiões, desde padaria até casamento, passando por velórios e dias chuvosos. Sorte que meu pé não sua!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Embalagens bacanas e sustentáveis. Bora tentar?


Desde 19 de abril, a Lei Municipal 9.529/2008 determina que os estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte são proibidos de fornecer aos consumidores as famigeradas sacolas plásticas derivadas de petróleo. Ou seja, quem não tinha o hábito de andar por aí com uma Ecobag vai ter de se acostumar à nova realidade. Uma iniciativa louvável que, assim espero, se alastre pra outras cidades do país. Muitos estabelecimentos oferecem àqueles clientes desprevenidos duas opções: uma sacolinha feita de plástico biodegradável, ao custo de R$0,19; e sacolas retornáveis (geralmente de TNT) à venda por preços variáveis. Algumas lojas também optaram pelas sacolas de papel.

Aproveitando o clima favorável à sustentabilidade, o Fashion Daydreams apresenta algumas soluções criativas de embalagens ecologicamente corretas, sem perder o estilo e o design. Lá vai:

Clever Little Bag
Projeto desenvolvido pela Puma em parceria com o designer Yves Béhar, tem como principal objetivo reduzir a quantidade de materiais utilizados nas embalagens da marca. Claro que, por tabela, isso significa reduzir a emissão de poluentes, resíduos e a quantidade de energia gasta para a fabricação e transporte. O resultado final é uma caixa (formada por uma única folha de papelão) que vem encaixada em uma sacola de tecido, que pode ser reutilizada depois. Mais informações aqui.


Sacola Keca
Desenvolvida pela empresa brasileira EcoSus, a sacola Keca é formada uma malha de fibras de algodão. A malha permite uma resistência maior, aumentando a capacidade de carregamento. O molde é feito para evitar ao máximo a perda de tecido, e a fabricação fica a cargo de presidiários que cumprem pena em Bicas II, em São Joaquim de Bicas, no interior de Minas. Além de orgânica e socialmente responsável, ela é reaproveitável. O site da marca apresenta a versão lisa, mas eu já fiquei imaginando na minha cabeça mil tipos de estampas (com tintas orgânicas, claro).


60Bag
De tecnologia polonesa, a 60Bag é produzida a partir de rejeitos industriais de linho viscose e se degrada em 60 dias. Pena ainda não existir no Brasil – seria bacana aproveitar essa tecnologia com nossos rejeitos de algodão.


Furoshiki
A tradicional técnica japonesa de fazer embrulhos e pacotes é mas atual do que nunca! Basta uma quadrado de tecido para a realização de mil e uma dobraduras, de acordo com o produto a ser embalado. A dupla japonesa Genta Kanayama e Chie Kanayama, da Genta Design, desenvolveu a Furoshiki-Bag, uma forma modernosa do retalho de tecido que poderia ser adaptada por qualquer marca de moda. Imagina, os clientes levando para casa um tecido customizado e instruções de como fazer algumas dobraduras? Pros mais animados, esse site tem várias sugestões de técnicas de Furoshiki.


Ah, muitas das informações desse post eu consegui no blog Embalagem Sustentável. Lá, você vai encontrar uma fonte valiosa de projetos bacanas, materiais, novas tecnologias etc.Vale muito a visita!

domingo, 1 de maio de 2011

O estilo de Julian Casablancas

De volta ao começo de 2001, uma época em que o Napster importava. Tinha essa banda nova-iorquina que causava um super frisson: após o lançamento de um EP pra lá de tosco, todo o mundo se convenceu de que eles eram a salvação do rock e havia essa longa espera pelo seu primeiro álbum. É claro que eu estou falando de Strokes. Lembro-me muito bem de, após ouvir a canção The Modern Age, achei uma fotinha da banda, sentada numa mesa de bar cheia de Brahmas. Um desses cinco caras chamou minha atenção. Era o Julian Casablancas.


Ok, confesso que, inicialmente, meus 16 anos foram atraídos pelo sex appeal do rapaz. Mas as roupas vintage, que atualizavam clássicos do rock - com direito a calças skinny e jaquetas de couro -, logo fizeram com que os Strokes se tornassem ícones do rock e, por tabela, da moda. No quesito visual -talvez influenciado pelas temporadas em que viveu na Europa -, o diferencial de Julian estava nos blazers e nos casacos militares, que, com o tempo, se transformaram em um ÚNICO casaco (uniforme para os shows da banda). Este era sempre acompanhado de jeans skinny, T-shirts descoladas e sapatos sociais – tem uma historinha de que o Julian herdou os sapatos velhos do pai, o magnata John Casablancas, que não aguentou ver o filho andando por aí sempre com o mesmo par.
 

Com o tempo, o visual largado ficou mais estudado – o sorriso ficou mais bonito, as olheiras menos aparentes, a pele deu uma melhorada, o cabelo ensebado deu lugar ao estrategicamente bagunçado. Os videoclipes da banda também sofreram um “upgrade” no quesito figurino. Destaque para 1251, inspirado no filme Tron (detalhe que o vídeo em questão é de 2003. Quem falava de Tron nessa época?).

Durante o hiato de quase cinco anos da banda, Julian se dedicou ao álbum solo Phrazes For The Young e a colaborações com outros artistas – tendo inclusive participado da campanha de aniversário da Converse. Nessa época, dava pra reparar nos novos elementos em seu visual – as jaquetas de couro perfecto foram substituídas por modelos com ombreiras e cheias de tachas, com uma influência apocalíptica vinda de Mad Max (ah, Mad Max...). Isso sem contar o bling-bling que de vez em quando aparece em acessórios e até nos sapatos. A monocromia dos early days também tem sido deixada de lado – e dá-lhe vermelho em seu visual.

Para além daquele hipsterismo genérico - que muitas bandas hypadas de hoje adotam -, o moço é sempre lembrado como referência do estilo desencanado de East Village. É essa mistura meio Mad Max, meio punk, meio new wave e com pitadas preppy que define nosso herói. Os looks de Julian são sempre tão funcionais que é impossível imaginar que ele simplesmente pega a primeira coisa que cai do closet: a combinação calça skinny + T-shirt descolada + jaqueta + Converse + correntinha no pescoço ajudam a alimentar sua fama de super cool. E eu adoro!

Apresentando o Fashion Daydreams

Existem zilhões de blogs de moda. Muitos são bons. Uns poucos, muito bons. Sempre trazendo atualizações sobre estilistas e marcas, desfiles, lançamentos, red carpet... tudo isso é mais que fundamental para o desenvolvimento de uma coleção.

Mas sejamos francos: o espectro de possibilidades para uma boa pesquisa de moda é infinito e subjetivo: pode ser um rockstar estiloso – ou uma música fenomenal; um filme com figurino impecável – ou com um roteiro incrível. E por aí vai...

A proposta deste blog é dividir tudo aquilo que eu considero inspiracional. Meus devaneios seguem uma única regra: “I hope you all find what you need in whatever hole you peer down”. Sendo assim, vamos aos posts!!! Sugestões e devaneios alheios são muito bem-vindos.